Ser
simpática é diferente de ser falsa. Sim, eu sou simpática. Mas não. Eu não
nasci para ser Mickey Mouse da Disneylândia. Não espere que eu vá dar uma
gargalhada escandalosa de algo que eu não achei engraçado ou disfarçar tecendo
elogios falsos a sua roupa e ao seu belíssimo cabelo. Se eu não gostar, eu não
vou falar. Não me cobre hipocrisia. Eu não sou mulher nesse aspecto. E não faço
questão alguma de ser.
Suas filhas
da mãe, parem de elogiar tudo, sorrir para tudo e fingir tudo. Admita que
aquela bolsa linda que você comprou é balaio. Sim, foi na 25 de marco, e daí? Admita
que tem estria e celulite e tudo o mais. Pior do que ter estria na bunda, é ter
estria na alma.
Sei lá. Não
sou e não quero ser perfeita. E eu não confio em pessoas perfeitas. Tenho medo
delas. Sorridentes demais, alegres demais, fofas demais, meigas demais,
carinhosas demais, bem humoradas demais. Pode ter certeza de que tem alguma
coisa errada nesses seres. Também não confio em nada que é me dado de graça.
Ah, é? Vou ganhar televisão, Iphone e DVD? Lorota. Nada é bom demais desse jeito.
De perto, ninguém é tão encantador assim... Ninguém! Pessoas têm defeitos e é
neles que você vai encontrar um charme pra suspirar e dizer: “ohhhh, que
bonitinho! Ele é meu gordinho lindo”.
Eu não quero
ser o personagem maravilhoso que faz tudo certo, me deixa errar um pouco! Não faço
questão de sempre vencer no final, só faço questão de tentar o meu melhor. Acho
que o mundo precisa de alma e eu quero abrir a minha portinha para ela.
Se você não
ousar a abrir a porta da sua alma para o mundo, você vai existir sem nunca ter
vivido. Você vai virar pó sem nunca ter sido notado pela pessoa que você é.
Você vai ser o que? Mais um na fotografia 3X4, abafado pela multidão. Mais um
em uma festa lotada de gente esquisita e produzida, mais uma cabeça coadjuvante
sorrindo no meio dessa peca de teatro que se chama vida.